sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Resenha do Video Games Live


#vgl tá enchendo. Galera, eu não sou nerd. Esse pessoal aqu... on Twitpic

Pré-Show

Surpreendente! Quando cheguei no TCA o foieur já estava lotado. Insuportavelmente quente e cheia de nerds. Muitos deles. Não imaginava que tivessem tantos nerds nessa cidade. Nego com camisas com as logos da MSX, Sega (como ele conseguiu isso?!), Blizzard, Nintendo e por aí vai.

Foi anunciado que haveriam video games para jogar antes do show e tinha. Mas apenas dois stands - um com wii e outro rolando Guitar Hero. Como meus atributos de altura não são generosos, não dava pra ver nada.

Mas o curioso mesmo é ver que tem gente que faz Cosplay aqui. Achei que isso fosse coisa que se via no youtube e no flickr. Essas pessoas encarnam o personagem de forma tão alegórica que é impossível não tentar avaliar a sanidade mental delas.

Logo que abriram as portas de entrada para a sala principal do teatro, entrei pra aproveitar o ar condicionado.

Enquanto o show não começava, rolava uns videozinhos no telão. Todos quase iguais: hardcore emo com uma euforia de imagens. Ponto forte para um vídeo em homenagem a Michael Jackson, que é um personagem da vida real que figurou os pixels dos games.

Passada a embromação no telão, Tommy Tallarico entra. Um entertainer. O Silvio Santos dos games. Depois de alguns minutos de bolodórios e interação com a platéia eufórica, finalmente começa o show.

O show e suas "falsetas"
O tempo passa e eu nunca me acostumo quando um artista vai a um programa de TV e dubla. Sinto como se o artista estivesse tirando sarro de minha cara. Não aceito. Logo na primeira música, em poucas notas, minha esposa já largou a pergunta: ele não está tocando, né? Eu não respondi, pois queria ter plena certeza. E esperei mais algumas performances para confirmar aquilo que eu já sabia desde a primeira nota do solo de Silent Hill. Tommy tocava a guitarra bem igualzinho a Tony Beloto (Titãs) em suas dublagens nos programas do chacrinha.

Quem toca algum instrumento, sabe que ninguém, em um show, se corre no palco do jeito que ele corria. E pior, ele não tem noção do que estava dublando. Esperei largar meu veredito até a hora de uma nota com harmônico a la Zakk Wylde soar na música. Tommy fingia ir nas notas agudas, mas mal sabe ele que esse efeito é tirado nas graves (ao menos veja uma video aula para imitar melhor). Isso dava pra ver da fileira Z2, imagino se eu estivesse perto, pocaria de brotoejas. Preferível que ele tocasse com a guitarra de Guitar Hero na hora dos solos, do que imitar a guitarra de verdade. Lamentável.

A orquestra era um detalhe, totalmente encoberta pelo excesso de playback (sequencer). Quem já assitiu a um ensaio da OSBA sabe que a acústica do TCA é muito boa e que proporciona uma profundidade fantástica do que é tocado no palco. Essa profundidade não existiu. O som era alto, no limiar da saturação. No playback/sequencer rolava a bateria e os Hits de orquestra. Para facilitar o entendimento dessas afirmações, nem tudo que se ouvia do repertório era tocado pela orquestra.

Repertório, esse sim, muito bem escolhido. Até temas de games que não joguei, como MGS, são fantásticos. Minha expectativa era ouvir o Main Theme de Mario. É "O" TEMA. Mas a trilha que merece todas as louvações, laureações e medalhas de honra ao mérito é GOOOOOOOOOOD OF WAR. Cantada pelo coral ( e quase ofuscada pelo playback altíssimo) dói de arrepiar os neurônios. PERFEITA. Como todo repertório não representa os seus anseios, faltou os temas de Call of Duty e Age of Mythology (ou mesmo Empires).

Tommy, animador que é, puxou uma capela com o público no tema de Mario. Fácil, não? É sem dúvida o melhor de todos os temas. Além desses, tiveram Mega Man, Shadow of Colossos, Metroid, World of Warcraft, Zelda e Phantasy Star.

Por conta do tamanho do show, houve um intervalo às 21 horas. Para entreter os que não deixaram suas cadeiras, mais vídeos foram exibidos no telão. Aí veio a constatação. Uma edição com vários games clássicos passou no anteparo, e confirmei que eu já fui nerd. 98,75% dos jogos mostrados eu conhecia e eu já tinha jogado 91,1847% deles.

Momento máximo da nerdisse foi quando um garoto de prenome "Sean" (será que foi armado?) subiu ao palco para jogar Guitar Hero Aerosmith e aceitou o desafio de fazer 100.000 pontos no hard. Nerd e orgulhoso que deve ser, pediu que fosse no expert. Ok, queria ver ele pedir isso em "Through the fire and flames". Mas o sacaninha conseguiu e foi bem, pena que deixou o "star power" para o final, a plateia berrava, para ele ativar o bendito bonus, mas ele parecia não ouvir. Terminou o desafio, pegou o seu prêmio e saiu do palco como entrou, sem esboçar reações.

Embora satisfeito em ouvir o repertório, não pude deixar de ficar decepcionado. Achei que existisse uma aproximação entre os temas e o trabalho de orquestração. A orquestra foi totalmente ofuscada pelo excesso de instrumentos do playback e não houve de tentativa de mascarar essa "falseta". As versões de fora do Show parecem ser mais interessantes.


Fabricio Biron