domingo, 22 de fevereiro de 2009

Foliões da imbecilidade


Autor: Laert Yamazaki



Carnaval. Brincadeiras. Festa. Folia. Diversão. Mulher. Homem. Cerveja. Paquera. Alegria.

Talvez sejam as expectativas da maioria das pessoas que se predispõem a pular o carnaval na Bahia. Um momento mágico com milhares de pessoas nas ruas da cidade celebrando, cada uma, seu melhor motivo.

Mas em um mundo de desequilíbrio social, mais-valia e discriminação, não basta ir para a rua e celebrar a vida. Não basta ir para a rua e paquerar. Não basta ir para a rua e interagir culturalmente com pessoas de outros Estados, outras nações.

Alguns seres humanos e suas raivas contidas, suas insatisfações e impotência intelectual, sua mente encharcada de sentimentos primitivos e incapacidade evolutiva, não vão para a rua com o intuito de se divertir. Ou talvez a sua diversão seja diametralmente oposta à da maioria das pessoas.

Saem às ruas, de bando, para praticar a selvageria gratuita, violência pela violência, sem motivos, sem ressentimentos, sem culpa.

Tal como seus corações, o ódio pulsa involuntariamente, como se fizesse parte de seu caráter, sua índole, sua genética. E talvez faça mesmo, adquirido ao longo de sua vida de privações ou problemas familiares. Não é pobre, rico, preto, branco, índio, alto, baixo, magro, gordo, cabeludo ou careca. É uma sub-raça, involuída, escrava da própria imbecilidade.

Um grande amigo estava voltando pra casa nessa madrugada de domingo com mais duas pessoas. Andando. Tranquilos. Em um local sem muita gente, sem confusão, tido como um dos melhores locais para pular o carnaval: ondina, na Sabino Silva.
De repente, pelas costas, toma um soco na cara. Gratuitamente. “0800″. “De grátis”. E o agressor sai correndo depois de dizer: “Tire sua onda!”. Sai correndo.

Seu óculos voa e repousa gentilmente no asfalto. Seus amigos, sem entender o que havia acontecido perguntam o porque da violência. E então 6 ou 7 foliões da imbecilidade atacam como um bando de piranhas vendo carne sangrenta.
Quando meu amigo achou seu óculos, um dos agressores foi lá e pisou, para encerrar com chave de ouro a “demonstração de masculinidade” e de soberania da sub-raça.

E nessas horas, impotente, incrédulo e com muita raiva, uma mistura de interrogação com exclamação ferve em sua cabeça.

O que você faria?

E se você tivesse uma arma numa hora dessas? Você seria também um covarde anônimo?
Você daria a outra face?
Levantaria e sairia como se nada tivesse acontecido?
Ficaria no chão chorando e lamentando com pena dessas pessoas sem oportunidade?

QUEM VAI PAGAR SEU ÓCULOS? OU É MELHOR NÃO ENXERGAR QUE ISSO ACONTECE?

Obs.: A imagem do post eu fiz há 3 dias e mandei para esse meu amigo. Coincidências…